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4 de abr. de 2013

Espaços Públicos vs Empreendimentos Privados 2

Na postagem anterior, acabei me alongando na "introdução" e achei melhor dividir em dois textos. Como disse, a culpa da Ponta do Coral estar abandonada até hoje, de termos apenas DOIS parques decentes na cidade (Córrego Grande e Lagoa do Peri) e de não termos espaços públicos de qualidade é da prefeitura e dos governantes que não fazem acontecer, que não têm vontade política de resolver essa questão.

O mesmo vale para outras cidades. Veja o que descobri "por acaso" há umas semanas: uma linda pedreira com um belo lago logo ali, no Bairro Bela Vista, em São José, bem atrás do Bosque das Mansões. Um lugar maravilhoso, pertinho, porém totalmente abandonado, oferecendo riscos à população, servindo de ponto de consumo de drogas e tudo mais de ruim. Mas nesse lugar, com um enorme potencial, já foi pensado e projetado um belíssimo parque, sendo esse projeto entregue em mãos ao então prefeito de São José, Djalma Berger, no dia 21 de agosto de 2010. Mas porque até hoje nada foi feito? Arrisco uma resposta: falta de vontade!


O mesmo serve para Florianópolis. O aterro da Baía Sul, o Parque do Rio Vermelho e a Ponta do Coral estão de certa forma abandonados (a Ponta do Coral literalmente abandonada), sem nada de útil em cima por falta de vontade dos governantes. Na Baía Sul era para termos um jardim tão bonito quanto o do Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Algumas palmeiras estão lá perdidas entre o camelódromo, o sacolão, o centro de eventos e a estação de tratamento de esgotos. Os outros espaços do projeto estão todos invadidos por edificações públicas (se fosse um hotel para "grã-fino" não estaria construído com certeza... mas como são prédios públicos ninguém fala nada). A Ponta do Coral abandonada, sendo que há um projeto público para o local, o tal Parque das Três Pontas, que nunca saiu do papel. Adivinhem por quê? Chuto uma resposta novamente: falta de vontade política!

Até quando vamos tolerar esses abusos cometidos por pessoas "públicas" (prefeitos, vereadores, etc) elegidas por nós para defenderem a cidade?? Contra os empresários todos sabem brigar e "defender a cidade", atacando qualquer projeto de empreendimento de maior porte. Mas contra os prefeitos e vereadores (sem falar em governador, deputados e todos "nobres" colegas) que continuam a tripudiar em cima dos nossos espaços públicos, da nossa cidade, que são os verdadeiros responsáveis, ainda não conseguimos fazer nada e apenas ficamos assistindo a eles destruírem nossa cidade de braços cruzados. Até quando?


Leia o post anterior de "introdução" clicando aqui

Gostou do Parque Pedreira do Bela Vista? Leia mais nos links abaixo:
http://www.parqueecologicopedreiradabelavista.blogspot.com.br/

3 de abr. de 2013

Espaços Públicos vs Empreendimentos Privados

Agora, depois das últimas medidas da Prefeitura de Florianópolis acerca do cancelamento de alvarás de construção, o tema de grandes empreendimentos privados voltou a tona, falando mais especificamente do projeto de um grande hotel na Beira Mar Norte. Já escrevi aqui sobre esse tema há algum tempo, e de lá pra cá cheguei a conclusão que na minha opinião realmente a obra do hotel não deve ser construída, não na ponta do coral. Mas não quero entrar de novo nessa discussão se a obra deve ou não sair, se você é contra ou a favor. Quero levantar outras questões que acredito serem muito mais produtivas e interessantes para o bem da cidade.

Ok! A prefeitura chegou a conclusão que o hotel não deve ser executado e ponto final nessa questão. Mas e agora? O que acontecerá com o local? O que será feito ali? Porque a área está abandonada até hoje? Porque não foi feito nada de útil na área até agora? Porque os projetos e ideias para uso público da área não saíram do papel? Essas questões devem ser estendidas para muitas outras áreas da cidade como o Parque da Luz, o Parque do Rio Vermelho, o aterro da baía sul onde deveria ter um belíssimo parque com vários jardins segundo o projeto do Burle Max entre outras áreas. Penso que essas questões são fundamentais para o futuro da nossa cidade.

A resposta me parece ser apenas uma: falta de vontade política, de atitude dos governantes e de pensarem no coletivo e no futuro da cidade. Parece simples mas não é. Então a culpa da cidade estar do jeito que está não é dos empresários e investidores. A culpa é dos prefeitos e vereadores, desde o Eliseu Guilherme da Silva até o Dário Berger, sem citar os vereadores, que nunca impuseram a vontade do povo, do coletivo a frente dos seus governos (acabei generalizando e colocando todos os prefeitos anteriores no mesmo balaio, o que não é o mais correto). Sempre acabaram cedendo as pressões dos empresários. Opa! Então os empresários tem culpa. De certa forma. Mas cabe a prefeitura e demais órgãos a impor limites aos empresários. É da natureza do empresário forçar os limites, e é da natureza dos órgãos públicos impor limites e fazer os mesmos serem respeitados. O que não é aceitável é a prefeitura ceder a pressão e vontades dos empresários.

Quando citei os prefeitos acima não incluí o César por dois motivos: primeiro porque seu mandato está apenas começando, e segundo porque por esse breve começo ele está demonstrando ser um pouco diferente. Ao menos agora a cidade está vendo que um prefeito com comprometimento com o povo e com a cidade pode fazer muita diferença. Vamos esperar que ele continue assim até o final do mandato e que lute contra outras irregularidades menores quando comparadas a um grande hotel, mas não menos prejudiciais à cidade.


Leia a continuação desse post clicando aqui

28 de out. de 2012

Cruzamento livre



Pela foto vocês já devem imaginar o assunto de hoje. O que vou dizer parece meio óbvio, porém como visto diariamente em diversos cruzamentos das mais variadas cidades, especialmente em Florianópolis, parece que no horário de pico muitos motoristas - pra não dizer todos - ficam meio abobalhados e esquecem até das coisas mais óbvias: todo cruzamento deve permanecer sempre livre para não congestionar o fluxo na rua transversal!



Vendo as fotos vocês já perceberam o que acontece quando algo óbvio não é respeitado pelos motoristas apressadinhos e folgados. O caos toma conta do trânsito. Um colega da internet postou uma hipótese muito ilustrativa.
"Imagine um cruzamento bloqueado. Agora imagine que, por causa deste bloqueio, uma fila enorme se forma na rua transversal, o que vai acabar bloqueando outro cruzamento, da quadra de trás, e este, por sua vez também vai formar outra fila na rua paralela à primeira, que bloqueia outro cruzamento, e esta fila agora, é quem está bloqueando o primeiro dos cruzamentos. Meio confuso, não? De qualquer maneira, agora imagine isso estendido a vários quarteirões. Eu acho que acontece, mas a gente não percebe..."
Desenhando fica mais fácil de entender...


Você leitor apressadinho, percebeu o que acontece quando você não respeita algo óbvio, quando não tem paciência de esperar pra avançar, quando não respeita as leis de trânsito? Você é o responsável pelo inferno na terra, pelo seu próprio inferno, que é o trânsito caótico do horário de pico.

Depois dessa introdução elucidativa, vamos ao que interessa: uma solução simples para resolver esse problema. Cabe uma ressalva: não existe solução mágica! Ou seja, tudo depende da educação dos motoristas e da fiscalização firme, constante e eficiente. Mas para ajudar na fiscalização e educação, uma medida muito simples é a pintura e demarcação das áreas de cruzamento que jamais devem ser bloqueadas, as famosas Yellow Box (mas como não gosto de termos em inglês, chamarei de Área Livre), como vemos na foto abaixo.


Sobre essa área demarcada, nenhum carro jamais deverá parar, para não obstruir o trânsito da rua transversal. Quem para sobre essa área, além de atrapalhar e muito o trânsito, está sujeito às penalidades de trânsito (infração média).

Aqui em Florianópolis, a prefeitura não tem nem nunca teve o costume de utilizar essa marcação nos cruzamentos. Na verdade só tenho conhecimento de um cruzamento aqui que tem essa marcação, no cruzamento em frente ao terminal Rita Maria. Se todos cruzamentos tivessem essa marcação os motoristas teriam mais facilidade para respeitar essa regra, e os policiais e guardas de trânsito teriam mais facilidade para multar os infratores. Simples assim!

23 de out. de 2012

Lombada Inteligente

Dando continuidade ao último post, com opiniões de soluções simples para melhorar o trânsito, sempre pensei que as lombadas poderiam ser mais do que meros obstáculos para redução de velocidade. Porque não juntar duas funções em um só equipamento? Lombada + faixa de pedestre! Muito mais interessante do que lombada e cinqüenta metros depois uma faixa de pedestres, o que obriga na maioria das vezes a reduzir ou parar o carro duas vezes, como visto na foto abaixo, próximo a entrada da Serrinha. Isso quando a lombada não está encostada na faixa de pedestre.


No Córrego Grande, outra via que é muito congestionada, entre a padaria Super Pão e a Escola Básica João Alfredo Rohr, em um trecho de quase 800m, temos 4 lombadas ao lado de faixas de pedestre, contribuindo para trancar ainda mais o trânsito.

Já vi essa solução - de juntar lombada e faixa de pedestre - usada largamente em Santiago no Chile, em Jurerê Internacional em apenas um ponto, na Pedra Branca e também na parte revitalizada da SC-439 entre Grão Pará e Urubici logo após a Serra do Corvo Branco (que por sinal ficou uma belezura, muito bem sinalizada), como visto na foto abaixo. Algo muito mais prático e lógico não acham?



O nome técnico para isso é Travessia Elevada ou Faixa Elevada. Além dos benefícios para o trânsito, ao se adotar essa solução a mobilidade dos cadeirantes também é facilitada pois, a faixa de pedestre ficará no mesmo nível da calçada, como pode ser melhor percebido na figura abaixo, retirada de um documento do Governo de São Paulo.









Penso que nem toda faixa de pedestre deveria virar lombada, mas toda lombada deveria virar faixa de pedestre. Claro que cada caso deveria ser analisado para que seja adotada a melhor solução conforme as necessidades e região. Mas onde os dois equipamentos estão próximos que se juntem eles, economizando uma parada ou redução de velocidade o que melhorará o fluxo nas ruas e avenidas assim como a vida dos cadeirantes. Simples assim!

4 de out. de 2012

Precisamos de especialistas

Andando pela cidade, seja de carro, de bicicleta ou a pé, percebo que pequenas ações da prefeitura poderiam contribuir muito para a melhoria do trânsito e da qualidade de vida das pessoas. Geralmente a prefeitura fala de grandes obras, como trevos, viadutos, duplicações, porém parece que não dá muita atenção para pequenas melhorias que poderiam ser feitas com supervisão de especialistas em trânsito e urbanismo. Se não há gente suficiente nos quadros da PMF/IPUF, porque não fazer convênios com as universidades e empresas juniores de cursos como Arquitetura e Urbanismo ou Engenharia Civil? Se não há especialistas no IPUF, nas universidades tem de sobra.

Talvez esteja equivocado ao falar que não há especialistas no IPUF, porém no quadro de funcionários vemos que só há uma pessoa na diretoria técnica, assim como no departamento de trânsito. E na diretoria de planejamento também só há uma pessoa além da secretária (lista completa). Dessas áreas só é possível ver o currículo da diretora de planejamento, que é Arquiteta pós-graduada. E os demais? Será que são especialistas ou apenas "políticos"? Mesmo sendo especialistas, fica claro que falta gente qualificada para somar ao quadro de funcionários do IPUF.

Como planejar uma cidade sem pensadores, sem especialistas? Não é preciso gastar fortunas em diárias para levar políticos à outros países para verem soluções adotadas lá fora. Cada cidade tem sua realidade. O que é preciso é vontade política de se resolver de fato os problemas de nossa cidade. Não espero que o prefeito seja o especialista que tanto falo. Espero que ele tenha humildade suficiente para contratar especialistas ou firmar convênios com as universidades para estes sim, pensarem nas melhores soluções de urbanismo e trânsito.

Eu não sou especialista em nenhuma dessas áreas, mas pela minha formação tenho um pouco de conhecimento e visão crítica. Por isso começarei a dar opiniões sobre essas pequenas alterações que poderiam ser feitas para melhorar o nosso trânsito e nossa qualidade de vida.

2 de out. de 2012

Ponta do Coral e a Mobilização Tardia

A Ponta do Coral, em Florianópolis, voltou a ser manchete de uns tempos pra cá depois que a Hantei lançou o projeto da construção de um hotel no local (leia sobre). Muitos são a favor, muitos são contra. Eu já defendi publicamente o projeto, porém hoje, após ler um pouco mais e refletir melhor, já não tenho tanta convicção assim que o projeto é o melhor para a área. Ainda credito que se trata de um bom projeto, mas a opção da área ser 100% pública também é muito interessante.

Mas após ver toda mobilização contra, quero questionar outra coisa além de ser a favor ou contra o projeto. Não consigo entender essa luta contra o hotel, pois até pouco tempo atrás, antes de se falar em hotel, a área era "pública", pois estava lá aberta, abandonada, inutilizada, servindo de ponto de consumo de drogas e prostituição, crescendo mato, não servindo pra nada. Ou seja, agora que alguém quis aproveitar a área que tem um enorme potencial e assim fazer a região se desenvolver, muitos criticam essa iniciativa e pedem a área 100% pública. Tá certo que a reivindicação de área 100% pública remete aos anos 30, porém desde que me conheço por gente nunca vi anteriormente uma única manifestação da população sobre o assunto.

Onde estavam todos esses que são contra quando a área estava abandonada não servindo pra nada? Porque não se engajaram com a mesma vontade para exigir da prefeitura que fizesse algo de útil no local? Então se o tal projeto do hotel nunca viesse a ser feito a área iria permanecer abandonada pra sempre? Todos querem a praça mas ninguém cobra nada, ninguém faz nada. Quando o dono aparece pra utilizar a área todos caem de pau em cima. Porque não houve essa mobilização antes de se falar em hotel? A maioria da população quer ou não quer o hotel? Criticar depois do projeto feito é fácil. O difícil é fazer o projeto e executá-lo.

Segue alguns links recomendados por um amigo que fala mais sobre o local:
1. http://desacato.info/2012/03/ponta-do-coral-privatizacao-da-natureza/
2. http://www.youtube.com/watch?v=fvPaSAz_OYk&feature=youtu.be
3. http://parqueculturaldas3pontas.wordpress.com/quem-somos/

15 de set. de 2011

Parada da Diversidade

No último final de semana aconteceu em Floripa a Parada da Diversidade, dos GLSBT (entre outras letras). Evento bonito (para alguns) mas realizado no lugar errado. Na segunda-feira mandei para a coluna Diário do Leitor do Diário Catarinense a seguinte carta:
Todo ano é a mesma polêmica sobre a parada da diversidade realizada na Beira Mar Norte em Florianópolis. Não tenho nada contra essa diversidade nem contra o "amor deles", como dizia a campanha em outdoors pela cidade. Porém o direito deles se divertirem e desfilarem numa grande festa acaba onde começa o meu direito pela paz, sossego e acima de tudo pelo direito de ir e vir. É um abuso da prefeitura permitir que tal evento seja realizado na principal avenida da cidade. Será que insistem em fazer o evento na Beira Mar Norte porque tem a necessidade de serem vistos, de virarem assunto e, de atrapalharem os demais cidadãos? Porque não fazem na Beira Mar continental, que apesar de pronta permanece fechada? Porque não fazem na passarela do samba que é um local muito mais apropriado? Espero que ano que vem a prefeitura e os organizadores tenham bom senso e façam tal evento num local mais apropriado.
E no dia seguinte, uma leitora respondeu com a seguinte carta:

Em resposta às palavras do leitor Eduardo de Sousa (Diário do Leitor, 13/09), penso que este cometeu um grande equívoco ao classificar a parada gay como uma passeata com mera finalidade de diversão e exibicionismo. A parada gay transcende, é uma mobilização legítima de uma minoria que tem como objetivo comum reivindicar seus direitos e conseguir a aceitação e inclusão na seara jurídica e social. Com respaldo no princípio da proporcionalidade, a liberdade de reunião, garantia constitucional, se sobrepõe ao direito de ir e vir, dada a peculiaridade da circunstância. Portanto, é legítima a causa do movimento em manifestar-se na principal avenida da cidade, ao contrário do que assevera o leitor Eduardo. - Fernanda Rapozo
Hoje dois leitores responderam a carta da Sra. Fernanda com alguns pontos que eu também concordo e exponho abaixo. Não respondi a carta dela no jornal pois penso que o Diário do Leitor é um lugar democrático onde podemos expor nossas idéias, e consequentemente ouvir opiniões contrárias. Não é lugar de ficar "batendo boca".

Eu não classifiquei nada, apenas relatei a realidade. Qualquer um que viu a parada percebeu que de transcendente e de mobilização não tinha nada. Era puramente diversão e exibicionismo. A menos que homens e "mulheres" seminus dançando em cima de um trio elétrico com música de festa virou agora mobilização. Como falaram hoje nas cartas no DC, o direito da minoria a uma "mobilização" não pode se sobrepor ao direito da maioria da população. Se a minoria "excluída" quer direitos iguais (e tenho certeza que merecem direitos iguais e respeito de todos) eles também devem seguir os deveres da maioria. Ou seja prezada Fernanda, o direito constitucional da liberdade de reunião vem junto com deveres. E esse direito de reunião vem junto com o dever de fazer no lugar certo.

Portanto precisamos botar os pingos nos i's! Que têm direito de fazer sua parada, sua festa, sua mobilização que seja, todos tem. Mas no lugar certo! Que façam na passarela do samba onde sempre são realizadas as festas desse tipo, sejam públicas ou privadas.

17 de mar. de 2011

Trânsito

Como o tempo anda escasso essa semana, aproveito esse meu breve "intervalo" antes do próximo compromisso para compartilhar uma opinião que li hoje no diário do leitor, do jornal Diário Catarinense. Copio abaixo porque concordo com ela. Finalmente reabriram a Avenida Paulo Fontes em Florianópolis, avenida que nunca deveria ter sido fechada. Como disse o cidadão transcrito abaixo, o que impera aqui em Florianópolis é o "achismo" e não estudos técnicos bem feitos.

Leia mais sobre a notícia.


Paulo Fontes

Aleluia! Reabriram a Avenida Paulo Fontes, que nunca deveria ter sido fechada! Acabamos de assistir a mais um capítulo do amadorismo e da incompetência da gestão Dário Berger. Sua equipe demonstra incoerência, ausência de diretrizes e estudos aprofundados e definitivos dos problemas. A tônica é o “achismo”.
Altamiro Bortolotto Preis
Florianópolis

26 de fev. de 2011

Mangue no morro?

A última da procuradora do Ministério Público aqui em Florianópolis é querer demolir um hospital particular em véspera de inauguração, uma obra de cerca de R$60 milhões. Entendo e defendo demolições de obras irregulares e construídas em área de preservação. Mas o hospital está construído numa elevação (morro) e temos várias outras construções ao redor do prédio. Como pode somente essa obra ter supostamente invadido área de mangue? Detalhe que nunca vi mangue em morro!

Realmente não conheço o caso a fundo, mas uma obra do porte que foi, as margens da SC-401 não seria construída sem que ninguém percebesse a falta de licença ou coisas do tipo. E a Fatma e Floram fiscalizaram e deram licença pra obra. Vai ver que os dois órgãos estão errados e a procuradora certa. Mas fico pensando: será que a procuradora estava de férias viajando pelo mundo afora que não viu antes a suposta irregularidade? Porque justo agora na véspera da inauguração após estar tudo pronto? Eu acho que ela só pode estar atrás de exposição na mídia ou coisa do gênero.

Se o dano realmente foi causando, não é a demolição que vai melhorar nada. Penso que existem outras formar para penalizar o infrator e que geram mais benefício para a natureza do que a demolição, neste caso. Precisamos ser inteligentes e pensar no benefício real. O que é melhor: a demolição do prédio em uma área totalmente urbanizada e recuperação de meio metro de mangue - se a irregularidade for verdadeira - ou exigir que o empreendedor limpe e recupere uma outra área de mangue degradada maior ou ainda que crie um parque ou coisa do gênero? Isso sem falar que é muito mais fácil fazer com que o empresário pague pela recuperação de outra área mais sensível ou que pague pela criação de um parque, deixando o prédio dele em pé, do que simplesmente brigar na justiça pela demolição, o que na prática não irá ocorrer apenas servindo para entulhar ainda mais o judiciário.

Se quisermos realmente obter resultados, precisamos ser objetivos e práticos deixando as demagogias de lado.

19 de fev. de 2011

Terceira ponte

Ainda na linha do post anterior - "será que existem técnicos no governo", vejo com receio a proposta jogada ao vento da construção de uma terceira ponte em Florianópolis (quarta na verdade). Pior do que a idéia em si de fazer uma nova ponte, foi o local onde seria construída: entre as duas ponte utilizadas atualmente!!! Será que ouvi direito? O trânsito da região é mais caótico do que a praça central do Egito em dia de manifestação. E mesmo assim querem literalmente enfiar mais um ponte ali? Qualquer um que transita diariamente pelo local, percebe que o problema atual não são as pontes em si, e sim a via expressa e a ligação na BR-101, no sentindo ilha-continente, e a sinaleira do Rita Maria, no sentido continente-ilha.

Uma atitude aparentemente acertada da Prefeitura é o início da execução do Viaduto do trevo do Rita Maria. Digo aparentemente pois nem todo viaduto resolve os problemas de trânsito. Depende muito do projeto e do traçado. Para completar o "acerto", só acho que falta reabrir a Av. Paulo Fontes para o trânsito de veículos. Ai sim o trânsito vai fluir melhor pra quem chega na ilha.

A terceira "ponte" que já passou da hora de ser feita, é a ponte do transporte marítimo entre Floripa e Palhoça, na Baía Sul, e Floripa e Biguaçu, na Baía Norte. Ai existem várias opções com balsas para transporte de carros, ou apenas transporte de pessoas, tudo interligado com outros modais como ônibus e veículos (quem sabe no futuro metrô, trem, teleférico). Mas ai a prefeitura diz que não é viável. Mas quem disse isso deve ter sido um político que não tem parentes em empresas do ramo. Quem sabe um dia com políticos interessados no bem do povo e da cidade a situação mude de figura. Até lá, precisaremos de uma boa dose de paciência para vencer essas nossas pontes.

16 de fev. de 2011

Técnicos ou Políticos?

Fico aqui pensado: será que existem "técnicos" no governo? Ou são todos apenas políticos preocupados em arranjar emprego para os apadrinhados e verbas para seus partidos? Digo isso porque vemos cada decisão tomada pelos governos - seja federal, estadual ou municipal - que chegam a doer os ouvidos.

Falando em município, mais especificamente sobre transportes, a prefeitura toma algumas atitudes que são no mínimo esquisitas. Fazem (tentam fazer) a beiramar continental (que está em construção desde 2006 e era pra ficar pronta em 2008), uma estrada que liga o nada ao lugar nenhum. Não tem começo nem fim. Acho que resolveram copiar a Beiramar de São José, que também liga coisa nenhuma ao nada. Rodovias de três pistas que afunilam em uma ou duas pistas em entroncamentos não planejados. Fazem um viaduto que promete desafogar o trânsito do sul da ilha. Só se for por milagre mesmo. Afinal um viaduto de duas pistas que liga uma rodovia de três pistas a uma "ruela" de pista simples vai desafogar o trânsito como? Mais uma piada do "sistema de transporte" de Florianópolis.

Vendo essas e outras soluções brilhantes - como faixas exclusivas para ônibus criadas do nada sem nenhuma mudança significativa na estrutura das ruas e rodovias - chego a conclusão que só pode estar faltando técnicos dentro da prefeitura e dos governos.