15 de set. de 2011

Parada da Diversidade

No último final de semana aconteceu em Floripa a Parada da Diversidade, dos GLSBT (entre outras letras). Evento bonito (para alguns) mas realizado no lugar errado. Na segunda-feira mandei para a coluna Diário do Leitor do Diário Catarinense a seguinte carta:
Todo ano é a mesma polêmica sobre a parada da diversidade realizada na Beira Mar Norte em Florianópolis. Não tenho nada contra essa diversidade nem contra o "amor deles", como dizia a campanha em outdoors pela cidade. Porém o direito deles se divertirem e desfilarem numa grande festa acaba onde começa o meu direito pela paz, sossego e acima de tudo pelo direito de ir e vir. É um abuso da prefeitura permitir que tal evento seja realizado na principal avenida da cidade. Será que insistem em fazer o evento na Beira Mar Norte porque tem a necessidade de serem vistos, de virarem assunto e, de atrapalharem os demais cidadãos? Porque não fazem na Beira Mar continental, que apesar de pronta permanece fechada? Porque não fazem na passarela do samba que é um local muito mais apropriado? Espero que ano que vem a prefeitura e os organizadores tenham bom senso e façam tal evento num local mais apropriado.
E no dia seguinte, uma leitora respondeu com a seguinte carta:

Em resposta às palavras do leitor Eduardo de Sousa (Diário do Leitor, 13/09), penso que este cometeu um grande equívoco ao classificar a parada gay como uma passeata com mera finalidade de diversão e exibicionismo. A parada gay transcende, é uma mobilização legítima de uma minoria que tem como objetivo comum reivindicar seus direitos e conseguir a aceitação e inclusão na seara jurídica e social. Com respaldo no princípio da proporcionalidade, a liberdade de reunião, garantia constitucional, se sobrepõe ao direito de ir e vir, dada a peculiaridade da circunstância. Portanto, é legítima a causa do movimento em manifestar-se na principal avenida da cidade, ao contrário do que assevera o leitor Eduardo. - Fernanda Rapozo
Hoje dois leitores responderam a carta da Sra. Fernanda com alguns pontos que eu também concordo e exponho abaixo. Não respondi a carta dela no jornal pois penso que o Diário do Leitor é um lugar democrático onde podemos expor nossas idéias, e consequentemente ouvir opiniões contrárias. Não é lugar de ficar "batendo boca".

Eu não classifiquei nada, apenas relatei a realidade. Qualquer um que viu a parada percebeu que de transcendente e de mobilização não tinha nada. Era puramente diversão e exibicionismo. A menos que homens e "mulheres" seminus dançando em cima de um trio elétrico com música de festa virou agora mobilização. Como falaram hoje nas cartas no DC, o direito da minoria a uma "mobilização" não pode se sobrepor ao direito da maioria da população. Se a minoria "excluída" quer direitos iguais (e tenho certeza que merecem direitos iguais e respeito de todos) eles também devem seguir os deveres da maioria. Ou seja prezada Fernanda, o direito constitucional da liberdade de reunião vem junto com deveres. E esse direito de reunião vem junto com o dever de fazer no lugar certo.

Portanto precisamos botar os pingos nos i's! Que têm direito de fazer sua parada, sua festa, sua mobilização que seja, todos tem. Mas no lugar certo! Que façam na passarela do samba onde sempre são realizadas as festas desse tipo, sejam públicas ou privadas.

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