3 de abr. de 2013

Espaços Públicos vs Empreendimentos Privados

Agora, depois das últimas medidas da Prefeitura de Florianópolis acerca do cancelamento de alvarás de construção, o tema de grandes empreendimentos privados voltou a tona, falando mais especificamente do projeto de um grande hotel na Beira Mar Norte. Já escrevi aqui sobre esse tema há algum tempo, e de lá pra cá cheguei a conclusão que na minha opinião realmente a obra do hotel não deve ser construída, não na ponta do coral. Mas não quero entrar de novo nessa discussão se a obra deve ou não sair, se você é contra ou a favor. Quero levantar outras questões que acredito serem muito mais produtivas e interessantes para o bem da cidade.

Ok! A prefeitura chegou a conclusão que o hotel não deve ser executado e ponto final nessa questão. Mas e agora? O que acontecerá com o local? O que será feito ali? Porque a área está abandonada até hoje? Porque não foi feito nada de útil na área até agora? Porque os projetos e ideias para uso público da área não saíram do papel? Essas questões devem ser estendidas para muitas outras áreas da cidade como o Parque da Luz, o Parque do Rio Vermelho, o aterro da baía sul onde deveria ter um belíssimo parque com vários jardins segundo o projeto do Burle Max entre outras áreas. Penso que essas questões são fundamentais para o futuro da nossa cidade.

A resposta me parece ser apenas uma: falta de vontade política, de atitude dos governantes e de pensarem no coletivo e no futuro da cidade. Parece simples mas não é. Então a culpa da cidade estar do jeito que está não é dos empresários e investidores. A culpa é dos prefeitos e vereadores, desde o Eliseu Guilherme da Silva até o Dário Berger, sem citar os vereadores, que nunca impuseram a vontade do povo, do coletivo a frente dos seus governos (acabei generalizando e colocando todos os prefeitos anteriores no mesmo balaio, o que não é o mais correto). Sempre acabaram cedendo as pressões dos empresários. Opa! Então os empresários tem culpa. De certa forma. Mas cabe a prefeitura e demais órgãos a impor limites aos empresários. É da natureza do empresário forçar os limites, e é da natureza dos órgãos públicos impor limites e fazer os mesmos serem respeitados. O que não é aceitável é a prefeitura ceder a pressão e vontades dos empresários.

Quando citei os prefeitos acima não incluí o César por dois motivos: primeiro porque seu mandato está apenas começando, e segundo porque por esse breve começo ele está demonstrando ser um pouco diferente. Ao menos agora a cidade está vendo que um prefeito com comprometimento com o povo e com a cidade pode fazer muita diferença. Vamos esperar que ele continue assim até o final do mandato e que lute contra outras irregularidades menores quando comparadas a um grande hotel, mas não menos prejudiciais à cidade.


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